Temos que ser fortes!

Momento de descarga
E o mundo cai sobre nós
Que fazemos?!
Temos que ser fortes
Pegar num pincel
E pintar de outra cor…
Cor-de rosa, azul, branco…
Parece fácil
e… continuamos a pintar.
Sentimo-nos tentados
Olhamos para trás
Sem querer olhar
Fazemos de conta
E não conseguimos disfarçar
A mancha penetrada.
Voltamos a passar o pincel
De forma diferente
Com cor diferente, de jeito diferente…
E acreditamos.
Mas...o tempo
Esbate a tinta
E a mancha volve
Desta vez…
Com tom distinto
Com tom de crescimento
Com tom de coragem
Com tom de fortaleza.

Lágrima

Tenho uma lágrima
No canto do olho
Que me consome
Que tento esconder no meu mundo.
Corro por toda a parte
Fujo para onde não posso

Sorrio fingindo estar alegre

Pra não mostrar o que sinto
Luta…Difícil!
Nem sempre consigo
A lembrança ….
Os gestos, os lugares
Conversas
Aromas
Ressuscita meu pensamento
E cai uma lágrima.
Chorei sem poder chorar
Mesmo no meio da multidão
Com risos, alegria
Música, euforia….
Não consegui…
E essa lágrima de dor
Caiu.
Desculpa-me!

O Stress Rural tem destas coisas (ressuscitar memórias),
mas Temos de Ser Fortes, não é?

Estou em STRESS RURAL!

Mas afinal o que é o stress?!! Segundo os entendidos na matéria, porque eu disso não entendo nada, o Stress é a reacção que o nosso organismo e a nossa mente têm quando somos defrontados por uma situação difícil ou excitante, que nos motiva para uma acção.
Vamos lá esmiuçar esta definição, para explanar o meu STRESS RURAL! Desde que vim para a “Aldeia”,“Campo”,“Mundo Rural”…fui arrostada por uma situação difícil (de adaptação) ou excitante (de sair daqui) que me motiva, cada dia que passa, para a “desistência” deste Mundo Rural.
Depois de todas as cambalhotas e trambolhões que a minha vida deu, depois duma roda de certezas e incertezas, confianças e desconfianças…tropecei neste mundo RURAL – pensando eu ter chegado ao “Paraíso”! Mas que grande trambolhão e sem pára-quedas! De facto é um MUNDO deveras tranquilo! Sem trânsito, sem semáforos, sem centros comerciais, sem arranha-céus, sem cinema, teatro, bares, discotecas…pessoas (só os resistentes e os enganados como eu) …sem formas de ocupação cultural e social, e como diz um amigo, só lhe falta colocar a placa “ Bem-vindo ao Jurassic Park”.
Pois é um mundo que não combina com a essência da minha alma. Esta minha “agitação” estrangulada leva-me a uma situação inquietante de desconforto, provocada por este Mundo. Um desconforto traduzido em sintomas de amnésia profunda: amnésia cultural, amnésia linguística, amnésia cronológica, amnésia de convivência social…
É este o meu STRESS RURAL!

"Encontro"

O medo, a insegurança, a incerteza
Tudo se desfez ao abrir a porta do coração,
Porta que permanece aberta
À espera desses passos…
Irresponsavelmente, o mundo ficou lá fora.
Nada parecia ter importância,
As Batidas do coração
As Emoções apuradas
Os Beijos infindáveis
O toque envolvendo , conduzindo, seduzindo…
Corpos e almas nus,
Loucura, riso…ternura no olhar
Minutos saboreados
E…escreveram a sua história
Dentro da madrugada.
Chegou o fim,
E nesse momento…a saudade toma espaço
Fica a sensação de solidão ao ouvir a porta a fechar
Despedida, difícil…
Respirar fundo, beijos rápidos, olhar perdido
Saudade…
Amanhecer ao teu lado
É fascínio que agora mora em meu pensamento.